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segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Amor partido

Um dia me disseram que o amar era deixar partir. Passei muito tempo martelando essa frase no meu pensamento. 
Alguma parte do amor, que eu talvez não soubesse dizer qual, poria fim ao dilema em entender em mim o persistente desejo em permanecer. 
Havera algum novo jeito de amar que não seja se entregar. Capaz que tenha algum amor que parta sem nos partir em pedaços. 
Achava eu, no ápice da minha fantasia, que amar fosse encontrar a luz no outro, aquele que a falta não torna a Lua menos preciosa que o Sol e nem a faz dependente Dele, mas certamente menos brilhante. 
Por mais profundo que seja o mergulho sob esse universo infinito e profundo, nada em meus pensamentos me convence de que o amor seja assim, tão pequeno. 
Sendo esse o jeito de amar, parece tão frio e vazio esse amor que não tem ninguém amado. 
Só resta a mim seguir sabendo que o amor que sinto é certamente meio desajustado. Eu que quero amor inteiro, só encontro amor partido e sigo amando errado. 

quarta-feira, 3 de maio de 2023

Eterno novo encontro.

Se eu pudesse eternizar um  instante, o deixaria passar,  pois não há momento mais lindo que o novo encontro contigo após um dia de saudade. 

domingo, 7 de agosto de 2022

Um que nos

Um falar que nos diga, dialogue, expresse.
Um silenciar que nos emudeça, cale, aquiete.
Um querer que nos eleja, prefira, favoreça.
Um mudar que nos transforme, altere, remodele.
Um permanecer que nos retenha, pouse, mantenha.
Um caminhar que nos mova, impulsione, transporte.
Um tratar que nos acolha, zele, proteja.
Um aprazir que nos deleite, agrade, contente



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segunda-feira, 18 de julho de 2022

Tudeoudão

Os veios da madeira talhada e nuances da natureza.
O desencontro entre as pontas do piso de porcelanato.
A ponta da colcha estendida sob a cama.
A inutilidade dos registros da visão ante a reprodução automática de cenas que me tomam do presente.
Ferramenta cortante a penetrar as mais profundas camadas da alma.
Resistente dor abafada no barulho dos passos apressados a fugir do pensamento.
Rodapé simétrico cercando o pequeno espaço onde se recolhem tantas coisas guardadas de julgadores afoitos. 
Dedos trêmulos a divulgar os detalhes secretos de uma solitude.
Abstrata em poesia, palpável em cada objeto a me fazer companhia nossa noite vazia. 


terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Alucina

Se a sanidade de manifesta sob a luz da razão, sendo o amor irracional, é absolutamente insana essa emoção. Onde está o chão por onde andavam os meu pés quando você surgiu? Cadê as coisas todas que me mantinham firme e constante?
Em dúvida sobreno quanto anseio encontrar a lucidez perdida, sigo assumindo a loucura e insensatez dessa nímia entrega. 
Alguma consciência sopra em meu ouvido o quão perdida estou nesse caminho de demissão e completo confronto com a realidade, permaneço alheia. 
Poderia ao menos questionar-me, mesmo sabendo de sua subjetividade e impalpabilidade,  quanto ao quão consistente é a existência desse sentimento, mas isso o tornaria racional e o amor loucura e alucina, não seria amar. 

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Captura fulminante

Em um flash captou meus traços, capturou meus olhos e fisgou meu coração. Deitei-me em mil poses para o seu olhar, atraída pelo sabor de perpetuar minha existência em ti. 
As cenas dos seus dedos largos; brancos, ternos, deslizando lentamente em minha nuca; passeando pelo meu corpo; dominando meu quadril, são insanamente inquietantes. Ao cerrar os olhos, experimento a contração pela fascinante invasão da sua força a me preencher. 
Audição imaginária da sua voz a sussurrar ao meu ouvido os gemidos no arroubo do nosso encontro. 
Perco o senso da fugacidade com que se passou do incrível e extraordinário ao infactível e irrealizável quando prazía e desejava o eterno.
Atrás da câmera, nas fotos que me capturaram o milésimo efêmero, permanece, mas se eterniza no efeito avassalador da paixão fulminante chancelada em meu coração. 

                                                           Lindeza. 

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Eu fiz porque eu quis

Eu tive escolha, escolhi fazer.
A entrega foi por mim.
Cada uma das vezes em que abri mão da própria sorte, foi em prol da satisfação e orgulho em ter feito a escolha que era o alimento a nutrir o meu ego de orgulho.
Eu fiz porque eu quis ser o modelo ideal dentro das normas e critérios estabelecidos para que alguém como eu fosse aceito, respeitado ou admirado.
Eu fiz porque eu quis me encaixar, ser perfeito, ser alguém.
À mesma medida, eu fiz porque eu quis reconhecimento, mais uma vez por mim.
No mais alto do egoísmo, quis que me fossem gratos pelo que tinha feito.
Foi porque quiseram que diminuíram a minha entrega, escolhas e feitos.
Eu que queria gratidão de você que nem sabia que era por mim que eu fazia, me trouxe a colheita do egoísmo que plantei me dizendo o que eu tinha feito porque eu quis.
Eu já nem sei cadê meu ego a me fazer porque eu queira. Agora já nem sei o que eu quero, nem por mim.
O que eu faço, nem por mim tenho feito. Eu não faço e nada feito.