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sábado, 4 de junho de 2016

Me venha

Agora vem você, nas entrelinhas, nos entremeios do medo e da esperança. Eu não  o chamei, não  sei se os queria aqui; vc, o medo e nem a esperança.
Vem de mansinho, com mensagens sem sentido. Vem chegando, se apropriando; do meu tempo, dos momentos. Falando as coisas que eu  queria ouvir.
O lugar de onde vem eu não  sei, nem pelo quê  tem sido trazido. O que me deixa assim  é , por fim,  onde deseja ir.
Não  pareça  nada que não  seja ou que não  pretenda ser.  Não  pretenda  nada que faça  doer.
Não  pise no meu jardim, nas sementes novas que eu plantei  aqui.
Seja água  fresca que rega o vaso. Seja mais profundo, nunca raso.
Se não quiser ficar, nem venha. Mas se quiser sonhar, não se contenha!
Venha; escrito, desenhado, falado; não seja um número na agenda riscado.
Não crie lacunas, preencha até que não restem espaços; una, ajunte-se, aconchegue em abraço forte.
Não me venha tripudiar sob o meu corpo esfolado por incidentes afetivos cortantes. Não seja inconstante. Seja certeza a cada instante.
Não me venha se não for para fazer sorrir. Mas ser for por amor, pode vir!

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