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sábado, 31 de dezembro de 2016

De repente, o hoje torna-se o passado que tem que ser escondido a sete chaves. Em um instante, segui e não posso mais lembrar dos caminhos por onde andei.
Posso saltar os estágios e parecer confiante, segura, decidida. Num pulo, estou em outra vida, outros rumos, outras coisas, pessoas, outros. Mas assim que paro um segundo, tomo fôlego dessa veloz continuidade que as coisas exigem que eu tenha, está ali, tudo o que eu pensei poder ignorar. 
Posso encarar o desafio e assumir o personagem feliz, alegre. Satisfazer as espectativas todas criadas a respeito do modo como devo lidar com as dores, desabores. Posso muito bem estampar um sorriso largo, rir sutilmente ou até soar e ressonar gargalhadas escandalosas. Sou capaz de criar uma imagem Plena de felicidade e satisfação.
Nada faria em mim apagar essa verdade, essa torção interior dos órgãos. Uma cena de uma peça que pareça o que a platéia paga para ver. Enfrento o palco, sem ensaios, sem teste, saio de cena com alguns ruídos imitando aplausos.
No camarim me desfaço desse personagem que me faz muito mais parecer um palhaço.

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